“Por séculos e séculos”?, por Lino Raposo Moreira

“Por séculos e séculos”?, por Lino Raposo Moreira

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Artigo originalmente publicado no jornal O Estado do Maranhão

Por fim, o governo federal parece dedicar um pouco de tempo a assuntos indiscutivelmente vitais ao futuro do Brasil, em vez de focar – como vem fazendo e para dar tão só um exemplo -, em disputas, dentro do PSL, que têm como motivação a ânsia de controle de verbas do partido pela corrente interna ligada ao presidente, em confronto com o grupo do deputado Bivar. Os recursos envolvidos nessa disputa típica da chamada velha política chegam a mais de duas centenas de milhões de reais no próximo ano, sendo R$ 200 milhões, aproximadamente, de Fundo Eleitoral, e R$ 68,4 milhões de Fundo Partidário.

É dinheiro para nova política nenhuma colocar defeito.

Mas é compreensível o fogo cruzado. Afinal, eleições se fazem com dinheiro. Proibida a doação por empresas, de onde viriam os recursos destinados à eleição dos candidatos, se queremos eixar o dinheiro do tráfico fora da jogada? Dos nossos bolsos, contribuintes indefesos. Assim decidiram nossos representantes no Congresso Nacional.

O foco será, daqui por diante, assim parece, mas não sei se por longo tempo, em assuntos capazes de apontar um rumo claro à nação, se bem conduzidos. O pacote levado ao Congresso pelo presidente Bolsonaro é verdadeiramente ambicioso. Sua aprovação, pelo menos em suas partes essenciais, exigirá trabalho pesado. Não podemos esquecer que, em grande parte, a Reforma da Previdência passou na Câmara e no Senado graças ao engajamento em seu favor dos presidentes da Câmara e no Senado.

Tentativas de intimidação às instituições, como as ameaças a elas pelos filhos de Bolsonaro, não vão funcionar. Não esqueçam aquela de um de seus filhos, Eduardo, de fechar o STF, com um cabo e um soldado do Exército, sem sequer enviar ao Supremo um jipe cheio de soldados, e a de edição (por quem?) de um novo AI-5, classificado pelo autor da proposta imoral de AI-6, sem saber da edição deste último há décadas.

Parece-me, a aprovação do pacote, de complexidade muito maior do que a da Previdência. Bolsonaro não dispõe de base sólida nem parece muito disposto a articular qualquer coisa, pois alega não estar disposto a nenhum toma lá dá cá. No entanto, foi exatamente esse o comportamento dele, quando queria aprovar o nome de seu filho Eduardo como embaixador do Brasil nos Estados Unidos, como também o foi na disputa no PSL pela liderança do partido. Na ocasião, prometeu a vários deputados cargos na liderança e em comissões parlamentares temáticas.

Previsíveis dificuldades poderão surgir no Congresso. Basta ver a amplitude dos temas a serem apreciados, a fim de confirmar tal observação: 1) reforma do Estado brasileiro, incluídas aí mudanças no pacto federativo, em fundos públicos e nos mecanismos de funcionamento das contas públicas; 2) reforma administrativa, inclusive das formas de admissão e demissão de pessoal, regime de trabalho, eliminação da estabilidade ou um prazo maior para adquiri-la, tudo no setor público, etc.; 3) mecanismos de incentivo à geração de empregos; 4) reforma tributária, a se resumir, possivelmente, em simples junção de alguns impostos.

Mas, com o fim de ser justo e não dizerem que não falei de méritos, aqui vão dois. Um, de Bolsonaro, de ter escolhido uma excelente equipe econômica. Outro é ele não falar sobre economia; ainda bem, é o que ainda funciona no governo. Ele, de boca fechada, não se fica com vergonha alheia nem a economia se sobressalta com suas palavras. Assim seja pelos séculos e séculos.

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Lino Raposo Moreira é PhD, economista e membro da Academia Maranhense de Letras

“Contextualizando os fatos da história”, por Antônio Augusto Ribeiro Brandão

“Contextualizando os fatos da história”, por Antônio Augusto Ribeiro Brandão

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Se quisermos entender bem a consequente conjuntura econômica vigente nos tempos atuais, precisamos conhecer as causas básicas que foram determinantes de quase tudo, principalmente no caso das políticas públicas em economia monetária.

A Segunda Revolução Industrial (1850-1950) promoveu um elevado crescimento econômico, o aumento da renda e um desenvolvimento desordenado das populações nas cidades, e o surgimento do socialismo. Em Caxias, por exemplo, na década de 40 do século passado, existia uma fábrica têxtil inaugurada em 1889 e que empregava diretamente mais de 300 pessoas; em termos relativos tendo por base a população de então, também porque existiam outras fábricas do ramo, a cidade era próspera.

A Primeira Grande Guerra (1914-1918) começou na Europa e envolveu Alemanha, França e Rússia; também contribuíram para esse conflito a corrida armamentista e o imperialismo das grandes potências envolvendo territórios coloniais. O Tratado de Versalhes (1919), que consolidou a rendição da Alemanha (1918), impôs aos vencidos sérias reparações desaguadas em recessão.

A Grande Depressão (1929), função da Primeira Guerra Mundial, levou ao ”˜crash”™ da Bolsa de Valores de Nova York, decorrente da queda na produção industrial, endividamento das empresas, desemprego em massa e falência de grandes bancos ”˜alavancados”™ em ações.

Os Estados Unidos eram presididos por Herbert Hoover (1874-1964), que governou entre 1929 e 1933, e o Federal Reserve – FED, o banco central americano, por Eugene Meyer (1875-1959); eles pretenderam combater o ”˜crash”™ acreditando nas forças do próprio mercado, sem nenhum auxílio à liquidez.

Eleito Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), que governou entre 1933 e 1945, demitiu o então presidente do FED, adotou providências de controle da produção agrícola e investiu em infraestrutura, ferrovias, rodovias e portos; por ironia, o ”˜New Deal”™ lançado por Roosevelt foi determinante da ascensão e do protagonismo de Adolf Hitler (1889-1945), prenúncios da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), decorrente dos fatos e das causas da Primeira, dos governos autoritários e militaristas, e que teve a participação dos Estados Unidos, a partir do ataque à sua base em Pearl Harbor, no Japão, em 1941.

Embora ainda muito jovem, lembro bem dessa Guerra, da segunda, a partir de 1940, quando passamos a residir em São Luís, na rua das Hortas n° 322, em frente à residência dos pais e avós do conceituado médico Gabriel Cunha, hoje sede da Fundação Josué Montelo. Tenho uma crônica escrita sobre esse tempo intitulada ”˜Memórias da Guerra”™.

Meu interesse maior vem desde esses fatos históricos, principalmente do ”˜crash”™ de 1929. Em 1980, atuando no sistema financeiro estadual e integrando uma comitiva de executivos brasileiros do setor, frequentei um Seminário sobre mercado financeiro e de capitais, na Universidade de Nova York, visitando as Bolsas de Valores e de Mercadorias, grandes bancos, corretoras e distribuidoras de valores, para saber de perto as causas do ”˜crash”™ e os prognósticos dos especialistas.

Na Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro, atual integrante da Universidade Cândido Mendes, onde me formei há 60 anos, entre 1956 e 1959, estudei política monetária no livro do professor Eugênio Gudin (1886-1986), um não economista, mas filho de um, engenheiro, da escola liberal, presente na Conferência de Bretton Woods, em 1944, junto a John Maynard Keynes (1883-1946) e outros ilustres brasileiros como Roberto Campos (1917-2001) e Otávio Gouveia de Bulhões (1906-1990).

Vivi as esperanças do governo de Juscelino Kubistchek (1902-1976), desfeitas por seu sucessor Jânio Quadros (1917-1992), quando tudo era promissor e acabou descontinuando.

Desde que retornei ao Maranhão, em 1965, depois de 10 anos vivendo no Rio de Janeiro, protagonizei os seguintes fatos: professor da UEMA, desde 1968 até 1983, ensinando Teoria Econômica e, na UFMA, desde 1978 até 1997, ensinando Moeda e Bancos, depois Economia Monetária; executivo do sistema financeiro estadual, entre 1979 e 1887.

Meu interesse pelas questões monetárias e fiscais estão nos meus livros, lançados no Brasil e no exterior, bem como demonstrado em um sem número de artigos, a partir de 2007; em 2015, lancei ”˜Desafios à teoria econômica/Challenges to the economic theory”™, na Academia Maranhense de Letras e na Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas e, no próximo dia 19 do corrente, lançarei ”˜Economia – Textos selecionados”™, sob o patrocínio do Conselho Regional de Economia – CORECON, na AMEI.

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Antônio Augusto Ribeiro Brandão é economista

“Por que os economistas às vezes erram”, por Antônio Augusto Ribeiro Brandão

“Por que os economistas às vezes erram”, por Antônio Augusto Ribeiro Brandão

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Os economistas pertencem a diversas Escolas de pensamento e a outros tantos padrões de qualificação: ora são clássicos, neoclássicos, keynesianos e pós-keynesianos; ora são monetaristas, marginalistas, estruturalistas, ortodoxos, heterodoxos e liberais. E ainda estão ligados a questões ideológicas.

São professores, profissionais liberais, membros de associações e de corporações; ocupam cargos e prestam seus serviços aos setores público e privado da economia, principalmente aos governos e ao sistema financeiro.

Nos últimos tempos tenho escrito sobre muitos assuntos ligados à economia. Externei e alimentei grandes esperanças sobre o novo governo americano, porém, logo em seguida, tive que tentar explicar a famosa ”˜crise da bolha”™, ainda repercutindo no mundo inteiro; dei, também, alguns palpites sobre a economia brasileira em face dessa crise, apesar do então decantado aparecimento de uma nova classe média alimentada por transferências de renda e concessão de crédito.

Não pude resistir à tentação de voltar a escrever sobre economia ao ler o artigo ”˜A academia não previu a crise”™, de Raghuram Rajan, professor de Finanças da Booth School of Business, da University of Chicago, texto publicado no jornal ”˜Valor Econômico”™.

Uma outra matéria ”˜O barraco dos doutores”™, (revista Época, edição de 14/10/19), tem um trecho que diz: “Os tempos mudaram, mas o embate continua entre economistas ortodoxos – alguns deles liberais e heterodoxos ligados a partidos de esquerda”?, a propósito de questões ligadas à operacionalização do ”˜teto”™ de gastos estabelecidos pelo governo federal.

A Economia é menos ciência e mais arte, pois todo arcabouço teórico está disponível, mas depende da maestria de quem o utiliza e já foi chamada de ”˜economia política”™ havendo quem advogasse seu retorno. Há muito caíram por terra as teorias dos mercados perfeitos, ”˜livres e irrestritos”™, incapazes de permitir algo de errado, e de que os consumidores agem racionalmente ao tomar suas decisões; além do mais, sempre haverá economistas ligados a governos e empresas, direta ou indiretamente, porém o comportamento ético desses profissionais deve ser considerado ponto pacífico.

A crise no mercado imobiliário americano foi gerada no ventre do seu próprio sistema: grandemente alavancado pelos financiamentos aos mutuários e estes estimulados pelas vantagens oferecidas, esse sistema gerou hipotecas negociadas no mercado secundário dos bancos de investimento. Daí por diante foi só papel gerando papel, moeda fiduciária; bastou que os mutuários não pagassem as prestações da sua tão sonhada casa própria, para a crise instalar-se em ondas sucessivas.

O resultado disso tudo todos nós sabemos. O Tesouro americano, via o Federal Reserve (FED), o banco central americano, despejou trilhões de dólares no mercado, estatizando bancos ou simplesmente livrando-os da falência, procedimento mais ou menos adotado pelos bancos centrais das economias desenvolvidas; como na crise de 1929 não houve essas ”˜salvaguardas”™, aconteceu a quebradeira geral.

Há um trecho no artigo do professor Rajan, que diz: “[…] poderíamos ter compreendido por que alguns políticos americanos encorajaram o setor privado a financiar residências acessíveis, enquanto outros desregulamentavam as finanças privadas […]”?, mas ele mesmo admite não ter havido advertências nesse sentido.

Sabemos que o Brasil já viveu uma grande expansão no setor imobiliário, gerador de emprego e renda, contudo, como os americanos, não tivemos os cuidados devidos, para evitar o que aconteceu por lá também acontecesse por aqui. Os preços dos imóveis, naquela conjuntura, estavam subindo e ninguém acreditava, em sã consciência, que pudessem vir a cair um dia, mas foi o que aconteceu lá.

Dizem que economistas mais ou menos fatalistas costumam errar nas suas previsões, contudo prestam mais atenção quando os fundamentos econômicos estão se deteriorando, e alertam o mercado; há outros mais liberais que não ligam muito e até justificam certas práticas, como a de socorrer bancos claramente caminhando para a insolvência. A verdade é que os economistas precisam ser ajudados pelos contadores e auditores, que devem velar pelos ”˜princípios contábeis geralmente aceitos”™; os balanços e demais demonstrações financeiras apresentadas à análise precisam estar consistentes e transparentes.

O professor Raghuram argumenta que três fatores explicam nossas dificuldades: “especialização, a dificuldade de se fazer previsões e o descolamento entre boa parte da profissão e o mundo real”?, e que os economistas precisam ser cada vez mais generalistas, entendendo tanto de macro quanto de microeconomia, concluindo: “[…] o verdadeiro motivo pelo quais os economistas deixaram de prever a crise poderia ser bem mais mundano […], simplesmente não estavam prestando atenção”?.

A Academia continua mais preocupada com o curto prazo das suas teses do que em fazer previsões; deveria estar mais interessada em descobrir, por exemplo, como países podem crescer independentes do regime de governo ou de quem os governa, para que a renda gerada possa ser bem distribuída ao “alívio da pobreza mundial”?.

Essas são preocupações recentes do economista francês Thomas Piketty e de seus colegas ganhadores do Prêmio Nobel de Economia deste ano: Esther Duflo, Michael Kremer e Abhijit Banerjee.

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Antônio Augusto Ribeiro Brandão é economista

“Considerações sobre o Cenário Internacional e o Maranhão”, por Marcello Duailibe, João Marques e Matheus Pedrosa

“Considerações sobre o Cenário Internacional e o Maranhão”, por Marcello Duailibe, João Marques e Matheus Pedrosa

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Artigo originalmente publicado no jornal O Imparcial

O cenário internacional desenha diversos desafios para a economia brasileira e, consequentemente, para o Maranhão. A guerra comercial entre China e Estados Unidos trouxe instabilidade econômica induzindo empresas e estados estrangeiros com aporte em países subdesenvolvidos como o Brasil, a decidirem realocar seus recursos de forma a minimizar seus riscos, significando, em muitos casos, a retirada desse capital de países da periferia, onde a crise pode atingir a economia de forma mais violenta. Em casos mais graves, pode haver fuga de capital do país, afetando diretamente os investimentos estrangeiros direto e captados, reduzindo a capacidade de retomar o crescimento econômico.

Em panorama geral, isso está em alinhamento ao arrefecimento da economia mundial, que é projetada em 3,0% para 2020 pelo Fundo Monetário Internacional – FMI, no relatório trimestral (World Economic Outlook – WEO), sendo, portanto, a menor taxa de crescimento global desde a crise de 2008-2009. Além da disputa comercial supracitada, a desaceleração da atividade industrial em países desenvolvidos como Alemanha e Japão, o infindável processo de Brexit no Reino Unido, a queda de 3% do setor automobilístico e de bens tecnológicos duráveis, a desaceleração do ritmo de crescimento das economias do sudeste asiático e a instabilidade política na América Latina, a exemplo da Argentina, Paraguai e Colômbia, mais recentemente a onda de protestos no Chile por conta de medidas impopulares do governo e, destacadamente, a crise humanitária na Venezuela são outros fatores que contribuem para o cenário de incertezas, em especial, os no tocante aos investimentos de longo prazo, os quais são fortemente desencorajados nesse tipo de contexto.

A projeção do WEO para o crescimento da economia brasileira era, em março 2019, de 2,3%, passou para 0,8% em julho e agora está na casa dos 0,9%. Isso se deve, principalmente, à quebra nas expectativas geradas pelo processo de reformas que a economia brasileira vive e pelo fim das turbulentas eleições de 2018. No início do ano, a expectativa para retomada da atividade econômica do Brasil liderava o ranking de crescimento na américa latina e caribe. Passados 6 meses, com a chegada do relatório de julho, voltou a se falar de crescimento próximo à casa dos 1% que permanece até o momento. Vale ressaltar que essas estimativas estão alinhadas às de entidades nacionais (Boletim Focus, IBGE, Banco Central do Brasil etc.), que também revisaram para baixo suas expectativas.

O volume de trocas globais é diretamente afetado por esse cenário conturbado. Na primeira metade de 2019 registrou-se fraco crescimento nas trocas, (1% em relação ao mesmo período do ano passado), sendo induzido, sobretudo, pela brusca desaceleração do volume de importação da China e dos Estados Unidos (2% em Jan/2018 para -1% em Jan/2019), isso desenha o principal vetor de incertezas para o Brasil e o Maranhão.

No Maranhão, assim como no Brasil, grande parte de sua exportação é de commodities que têm como destinos esses dois mercados (25,4% para a China e 19% para os Estados Unidos). Alia-se então, a queda no volume de exportação à pouca valorização no preço das commodities. Já para 2020, apesar de estimativas menores em relação ao esperado no início deste ano, projeta-se recuperação da economia nacional em ritmo mais acelerado (+2,0%), fundamentado no crescimento das exportações (2,5%), o que demonstra um futuro mais animador para o próximo ano.

O preço das commodities agrícolas vem caindo gradativamente nos últimos três anos (8,5%), afetando negativamente o Maranhão, que tem na soja sua principal exportação (em torno de 20% da pauta). Todavia, esse cenário vem sendo contrabalanceado pela desvalorização cambial que aumentaria os lucros dos produtores. Já no setor de mineração, nesse mesmo período, houve aumento no preço das commodities metálicas (21%), incluindo a alumina calcinada e o minério de ferro – produtos da pauta maranhense – que também são alavancados pelo câmbio. Portanto, a permanência desses aspectos somados à concretização das previsões de aumento do volume de trocas globais para 2020, podem sinalizar aceleração da economia estadual para o próximo ano.

Sobre os autores:

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Marcello Duailibe é subsecretário estadual de Planejamento e Orçamento (Seplan/MA)

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João C. S. Marques é economista conselheiro do Corecon-MA

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Matheus Pedrosa é conselheiro Regional Acadêmico de Economia (Corecon Acadêmico-MA)

“Caso de Interdição”?, por Lino Raposo Moreira

“Caso de Interdição”?, por Lino Raposo Moreira

Artigo originalmente publicado no jornal O Estado do Maranhão

(Brasília - DF, 20/09/2019) Palavras do Presidente da República, Jair Bolsonaro.rFoto: Alan Santos/PR

(Foto: Alan Santos/PR)

“[…]. Eu nunca fui muito afeito à política, acredite se quiser. Em 28 anos na Câmara, nunca fui de uma comissão”?.

A primeira parte da afirmação acima é sincera, mas não inteiramente. Não é ainda toda a verdade, porque Jair Bolsonaro, seu autor, odeia a política, não apenas não é “afeito”? a ela. A política exige convencimento, paciência e articulação partidária, esta última exigência antes demonizada por ele, mas agora adotada, quando falou com deputados do PSL, com o fim de pedir votos para seu candidato a líder, na briga, no partido, entre seus seguidores e os do deputado Bivar.

Nunca ter sido de comissão parlamentar, como menciona na segunda parte, apenas evidencia seu espírito beligerante e autoritário, como também desrespeito a importante mecanismo de representação popular. Trata-se tão só do desassombro dos ignorantes da própria ignorância. Seu isolamento na Câmara dos Deputados resultou do costume de confrontar os membros da Casa e de sua paranoia.

“Eu posso ser presidente sem partido”?, disse, no encerramento da entrevista. Essa ideia é de candidato a ditador, pois não existe democracia sem partidos.

Eu não me surpreendo com essas palavras, que são hostis à democracia. Seus relacionamentos políticos são do tipo exigentes de submissão total. A lista com nomes de seus ex-amigos cresce o tempo todo. Um deles, Gilmar Alves, amigo dos tempos de Dourados, em MS, quando pescavam juntos, e ex-amigo dos tempos atuais, foi chamado por ele de “amigo gay”?. Amizade e gratidão não significam coisa alguma para Bolsonaro. Chegou a presidente, pensa, apenas com seus dotes de super-homem, embora mal alfabetizado.

Esses defeitos agora se voltam para a arena externa. Falo da ideia bizarra de o Brasil se juntar ao Uruguai e Paraguai, a fim de expulsar ou suspender a Argentina do Mercosul, como se maluquice como essa não fosse causar prejuízos a nós mesmos. Desinformado, como sempre, ditatorial como sempre, e incapaz de pensar antes de falar, como sempre, ele não teve o bom senso, com certeza pela obsessão com sua agenda ideológica, de calcular as perdas inevitáveis para nós, consequentes a um desmanche do Mercosul. Se fez os cálculos, os jogou fora. Não será ele, no entanto, o juiz das opções dos argentinos. Estes elegeram um presidente com visão diferente da do presidente do Brasil e isso basta à Argentina.

Contudo, insiste em meter o bedelho nos assuntos internos daquele país, ao classificar a escolha como errada.

O Mercosul está ausente de seu horizonte cultural como um projeto não só de parceria comercial, mas de integração continental. Esta concepção afastou o perigo nuclear na América do Sul, com bem disse o presidente Sarney, em artigo no O Estado do Maranhão, e aumentou muito o comércio na região.

Dos livros folheados por ele, não leu uma linha sequer do que estava entre a capa e a contracapa. Lula foi mais honesto do que ele, porque admitiu seu próprio enfado com a leitura. Ele, não.

Alberto Fernandez, presidente-eleito da Argentina, disse bem: “Bolsonaro é misógino, racista e violento”?. Lembrem-se da racista “paraíba”?, palavra preconceituosa aplicada aos nordestinos por esse presidente baixo-clero e quixotesco.

O resumo da patacoada está na história das hienas. Ele se comparou a leões e chamou de hienas países, partidos políticos, instituições da República, entre elas o STF, e organizações internacionais. O mundo está contra ele.

O caso de Jair não é de impeachment. É de interdição.

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Lino Raposo Moreira é PhD, economista e membro da Academia Maranhense de Letras

Relação de nomes do Colégio Eleitoral Definitivo do Corecon/MA

Relação de nomes do Colégio Eleitoral Definitivo do Corecon/MA

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Veja abaixo a relação completa de nomes que compõem o Colégio Eleitoral Definitivo do Conselho Regional de Economia da 15ª região (Corecon/MA):

COLÉGIO ELEITORAL DEFINITIVO

ABDELAZIZ ABOUD SANTOS

ABRAAO FREITAS VALINHAS JUNIOR

ACHILLES CAMARA RIBEIRO JUNIOR

ACYR DE SOUSA CARVALHO

ADELINA MARIA LEITE ASSIS

ADELMAR ALVES DE CASTRO

ALAN VASCONCELOS SANTOS

ALBERTO ARCANGELI

ALBINO DE CARVALHO OLIVEIRA

ALINE FROES ALMEIDA COSTA SIMÕES

ALLAN JOBIM ALBUQUERQUE ABITBOL

ALOYSIO HENRIQUE PERMUTTER

ALYSSON CARVALHAL FRAZÃO LIMA

AMANCIO HOLANDA JUNIOR

AMANDA REIS AZEVEDO

AMBROSIO GUIMARAES NETO

ANA LUIZA ROCHA DE ARAUJO

ANA MARIA GOMES SARAIVA

ANA VIRGINIA DOS ANJOS DINIZ

ANA VITORIA MENDES PEREIRA

ANACLETO ANIBAL XAVIER DOMINGOS

ANDERSON NUNES SILVA

ANDRÉ FERNANDES ROCHA SERRA

ANDRE LUIZ LUSTOSA DE OLIVEIRA

ANDREA SILVA RIBEIRO

ANELY GUIMARAES SANTOS

ANTONIO AUGUSTO RIBEIRO BRANDAO

ANTONIO CARLOS DA SILVEIRA LEITE

ANTONIO CLAUDIO DOS SANTOS

ANTONIO DELMAR DO NASCIMENTO

ANTONIO JOSE DUARTE FERREIRA

ANTONIO JOSE SERRA CAMPOS

ANTONIO OSCAR PEREIRA FILHO

ANTONIO PEREIRA SOARES

ANTONIO SORLANGE S. FREIRE DA SILVA

ANTONIO-ALBERTO CORTEZ

ARGEMIRO BRAGA GUARA

ARISTIDES LOBAO NETO

ARIZAN PIRES DE CASTRO

ARLETE SILVA SERRA

BALTAZAR PEREIRA DE MIRANDA

BENEDITO JOSE MENDES COLINS

BIANCA LIMA CARNEIRO

BRUNO FERREIRA BARROS DE ALMEIDA

CAMILO MARIANO DE OLIVEIRA

CARLOS ALBERTO MARANHÃO

CARLOS AUGUSTO RODRIGUES

CARLOS CLESIO BARBOSA FRAZAO

CARLOS EDUARDO NASCIMENTO CAMPOS

CARLOS HENRIQUE SCHALCHER VASCONCELOS

CARLOS SATURNINO MOREIRA FILHO

CELENE SOARES DA SILVA

CELIA MARIA MARTINS MATOS

CESAR RICARDO LEITE PIORSKI

CINTIA KARINE CARNEIRO ROCHA

CLEDINICE BASTOS DA FONSECA

CLEIDE PROTASIO DE SOUZA

CLELIA RENATA SERRAO SILVA

CLEONICE SERRA FROES

CLODOMIR CUNHA LADEIRA

CRISTINA OTONI

DACELIA BRITO BARRADA

DANIEL ROOSEVELT OLIVEIRA SÁ

DANILO CESAR GUIMARAES RIOS

DANILO SOARES SERRA GAIOSO

DARCI AQUINO PEREIRA PIRES

DARLENE SOUSA SILVA

DEA LOURDES FURTADO DE OLIVEIRA

DELFIM SANTANA P. GUTERRES JUNIOR

DENISE DE CARVALHO FARIAS

DIÊGO HENRIQUE MATOS PINHEIRO

DILMA RIBEIRO DE SOUSA PINHEIRO

DILSON TAVARES DA SILVA

DIMITRI CASTELO BRANCO SANTOS

DIONATAN SILVA CARVALHO

DORAT RAPOZO LIMA

DORGIVAL PINHEIRO DE SOUZA FILHO

DUANY DRAYTON REIS MORAES

EDEN DO CARMO SOARES JUNIOR

EDGAR PEREIRA

EDILA DE QUEIROZ SOARES

EDILBERTO DE DEUS LIMA

EDISON LOBAO FILHO

EDUARDO CÁSSIO BECKMAN GOMES

EDUARDO CÉSAR DE OLIVEIRA BELLAGUARDA

EDUARDO HENRIQUE SANTOS PEREIRA

EGMAR DEL BEL FILHO

ELIZALDO FRANCO DUARTE

EMANUEL GERALDO DA SILVA SALES

ENEAS RIBEIRO BARROS

ENOCK BEZERRA SILVA

EPAMINONDAS SIDRA DINIZ

ERIVAM DE JESUS RABELO PINTO JÊNIOR

FABIANO ALMEIDA VIEIRA DA SILVA

FABIO HENRIQUE DO NASCIMENTO FONSECA

FELIPE BEZERRA TEIXEIRA

FERNANDO LISBOA FERREIRA LIMA

FERNANDO REIS BABILONIA

FLÁVIO LISBOA BORBA BRITO

FLORIVALDA ALVES ALMEIDA

FRANCISCA SATURNINA NOGUEIRA

FRANCISCO ALVES COSTA

FRANCISCO COELHO DA SILVA

FRANCISCO DA CHAGA MATOS

FRANCISCO DAS CHAGAS MAGALHAES

FRANCISCO FERNANDES

FRANCISCO MANOEL DE CARVALHO JUNIOR

FRANCISCO PEREIRA MASCARENHAS JUNIOR

FRANCISCO SOLON LULA DE OLIVEIRA

FRANCISCO SOUSA DA SILVA

FREDNAN BEZERRA DOS SANTOS

GABRIEL FRAZÃO DOS SANTOS

GEILSON BRUNO PESTANA MORAES

GEORGINA MARIA FONSECA SANTOS

GERALDO CUNHA CARVALHO JUNIOR

GESNER SOARES FILHO

GESSI PEREIRA NUNES

GILVAN OLIVEIRA FERREIRA

GRACA DE MARIA PEREIRA ARAUJO

GRACAS DE MARIA DE SOUSA FONSECA

GREGORIO LOPES DE ABREU

GUILHERME DE LIMA ALVES

GUILHERME FREDERICO FIGUEIREDO LAGO

GUSTAVO AFONSO DA SILVA FONSECA

GUSTAVO SOUTO CUTRIM

HAROLDO CORREA CAVALCANTI JUNIOR

HELIO DA SILVA MAIA FILHO

HÉLIO VIEIRA CRUZ

HELOIZO JERONIMO LEITE

HERBERT VIANA MONIZ JUNIOR

HERIC SANTOS HOSSOE

HIAGO ARAVENA E SILVA

HIROSHI MATSUMOTO

IDERALDO JOSE RIBAMAR O. DE ARAUJO

IÊGO BRUNNO COSTA CASTRO

ILMA DOS SANTOS RIBEIRO

IRACI MARQUES DO ROSARIO

ISAIAS PEREIRA DA SILVA

IVALDECI ROLIM DE MENDONÇA

JADSON PESSOA DA SILVA

JANDYRA DE JESUS BARROS

JAVIER CASTEDO RAMIREZ

JOANA MARQUES

JOAO ALBERTO DE SOUZA

JOAO BATISTA CAMPOS AROUCHE

JOÃO CARLOS SOUZA MARQUES

JOAO DE DEUS NOGUEIRA CANTANHEDE

JOAO EVANGELISTA COSTA FIGUEIREDO

JOAO EVANGELISTA DA COSTA FILHO

JOÃO GOMES

JOAO GONSALO DE MOURA

JOÃO JOSÉ PESSOA MOTA

JOÃO KLEBER VIANA

JOÃO LUIZ TRINDADE DE AZEVEDO

JOÇARA FELIPE DE PAULA

JOMAR FERNANDES PEREIRA FILHO

JORIFLOR NASCIMENTO B. F. PEREIRA

JOSÉ ADERALDO DO NASCIMENTO NETO

JOSE ALMIR VALENTE COSTA

JOSE ANTONIO PIRES FERNANDES

JOSE ARNALDO LEITE

JOSE BARTOLOMEU CAVALCANTE

JOSE BRUNO FLAMARION LOPES LOBAO

JOSE CARLOS DOS SANTOS SALGUEIRO

JOSE CARLOS GASPAR

JOSE CLEITON DE SALES

JOSE COSTA MIRANDA JUNIOR

JOSE CURSINO RAPOSO MOREIRA

JOSÉ DE RIBAMAR CARVALHO GALVÃO

JOSE DE RIBAMAR NASCIMENTO NEVES

JOSE DE RIBAMAR PEREIRA SILVA

JOSE HENRIQUE BRAGA POLARY

JOSÉ HENRIQUE FRAZÃO COSTA

JOSE ISAAC COSTA BUARQUE DE HOLANDA

JOSÉ LÊCIO ALVES SILVEIRA

JOSE MARIA DA SILVA LEITE

JOSE MARIA GOMES DE AGUIAR

JOSE MORGADO FILHO

JOSE NELIO MIRANDA DE FREITAS

JOSE REINALDO BARROS RIBEIRO JUNIOR

JOSE RIBAMAR GONCALVES BASTOS

JOSE RIBAMAR SILVA CAMPOS

JOSE RIBAMAR SOEIRO MARTINS

JOSE RIBEIRO DA SILVA FILHO

JOSE ROLAND RIBEIRO FONSECA

JOSE SIMEAO VALENTE COSTA

JOSÉ TAVARES BEZERRA JUNIOR

JOSEMAR SOBREIRO OLIVEIRA

JOSILENE SOUSA MAIA

JOSINALDO SANTOS DA LUZ

JULIO CESAR ABOUD NAGEM

KONAN NINIVE SOARES RIBEIRO

LAURA REGINA CARNEIRO

LEILIVANIA LIMA DA SILVA

LEONARDO LEOCÁDIO COELHO DE SOUZA

LEVERRIHER ALENCAR DE O JUNIOR

LIELZA RIBEIRO

LINDOMAR RIBEIRO DE SOUZA

LINO CASTRO GANDRA NETO

LUANNA AMORIM TEIXEIRA QUEIROZ

LUCIA DE FATIMA MARANHÃO SANTOS MENDONCA

LUCIANA JESUSLANNY LABRE LUSTOSA

LUCIDEIA ALMEIDA REGO BAPTISTA

LUIS FERNANDO MOURA DA SILVA

LUIS GENESIO PORTELLA

LUIS GONZAGA SANTOS REIS

LUIZ AUGUSTO LOPES ESPINDOLA

LUIZ CARLOS CALVET DE AQUINO

LUIZ CARLOS PEREIRA

LUIZ FERNANDES LOPES

LUSELIAS SOARES SALES LOPES

MANOEL CORREA MOREIRA JUNIOR

MANOEL DE JESUS PINHEIRO DIAS

MANOEL PEREIRA DE AZEVEDO

MANUEL VENTURA CAMPOS DOS SANTOS

MARCELLO APOLONIO DUAILIBE BARROS

MARCELO DE SOUSA SANTOS

MARCIO DE JESUS SOARES BRANDAO

MARCO ANTONIO CHAVES LIMA

MARCOS ANTONIO LOPES FREIXO FILHO

MARCUS VINICIUS DIAS DE CASTRO

MARIA DA CONCEICAO SOUZA SILVA

MARIA DA GRACA CARVALHO RABELO

MARIA DA GRACA GOMES XIMENES ARAGAO

MARIA DA GRACA MENDES BERTRAND

MARIA DA GRACA REIS RIBEIRO

MARIA DAS GRACAS CAMPOS DA CRUZ

MARIA DAS GRAÇAS NAVA RAPOSO ANUNCIAÇÃO

MARIA DE FATIMA SEREJO DUTRA

MARIA DO PERPETUO S. FRANÇA PEREIRA

MARIA DO ROSARIO GOMES DURÃES

MARIA DO SOCORRO COSTA FURTADO

MARIA IDELITE GOMES VANDERLEI MARTINS

MARIA IZABEL LISBOA DA SILVA

MARIA JOSE DE RIBAMAR SILVA

MARIA JUCENEUDA BRAZ DE OLIVEIRA

MARIA LENIR CORDEIRO

MARIA LUCIA RIBEIRO SANTANA

MARIA OCIREMA DA S. G. DE OLIVEIRA

MARIA TERESA SOUSA MARANHAO

MARIALDO CARVALHO ALVES

MARIENE DE SOUSA CAVALCANTE

MARIO ROBERTO MELO SILVA

MARIVALDA CARVALHO DE FIGUEIREDO LOPES

MARLANA PORTILHO RODRIGUES

MAURO BORGES RIBEIRO FORMIGA

MICHAEL PÉRICLES BALTAZAR LIMA

MILTON DE FREITAS E SILVA

MIREYA GOIC MARQUEZ

NÁDIA GONÇALVES DOS REIS CONCEIÇÃO

NELIANE SILVA SOUZA

NELITA SOUSA FERNANDES

NELSON JOSE NAGEM FROTA

NILCE CARDOSO FERREIRA

NILSIFRAN ROSA DA SILVA

NILTA MARIA LEMOS RIBEIRO

NORMA MARIA SOUSA MUNIZ

OCTAVIO AUGUSTO GOMES DE F. SOARES

OSCAR VALOIS FILHO

OSMAR DE ABREU VIANA

OSWALDO DOS SANTOS JACINTHO

OTHELINO NOVA ALVES NETO

PABLO RODRIGO DE CASTRO E LIMA

PAULO DA COSTA CARIOCA

PAULO EDUARDO PACHECO CARDOSO RONCHI

PAULO MENIS

PAULO ROBERTO CORREIA SOUSA

PAULO ROBERTO FERREIRA ALVES

PAULO ROBERTO PATRICIO BRITO

PEDRO AUGUSTO ALVES

RAFAEL THALYSSON COSTA SILVA

RAIMUNDO BENICIO SANTOS FILHO

RAIMUNDO BRAZ PEREIRA DO NASCIMENTO

RAIMUNDO DE ABREU COELHO

RAIMUNDO MOACIR MENDES FEITOSA

RAIMUNDO NONATO CHAVES AGEME

RAIMUNDO NONATO PALHANO SILVA

RAIMUNDO PEREIRA MOREIRA CHAVES

RAIMUNDO SANTANA SENA DE CARVALHO

RAPHAEL FERREIRA VIDAL

RAPHAELA SERENO SILVA BORBA

RAQUEL SUSANA LOBATO MUNIZ

RICARDO CORDEIRO GONCALVES

RICARDO HENRIQUE PEREIRA SANTOS

ROBERTO CARLOS COSTA SANTOS

RODRIGO LEITE CRUZ

RODRIGO MEDINA CAMARA

ROGERIO DA SILVA MELO

ROMULO GALVÃO DE LIMA

RONALDO FERREIRA BRAGA

ROSA JULIA MATOS BUHATEM

ROSÂNGELA BATISTA ALMEIDA

ROSE MARY DE PAULA SOBREIRA

ROSSINI EWERTON PEREIRA DA SILVA

ROZENIR DE JESUS MIRANDA MESQUITA

SANDRA MARIA REIS

SEBASTIANA HELENA PIRES ALVES

SELENITA MAGNA VILLANOVA

SERGIO LUIS BITENCOURT DA SILVA

SILVIA REGINA MENDES DE LIMA

SIMAO CIRINEU DIAS

SIMONE MOTA HAIDAR

SONIA REGINA MACHADO TOBIAS VIEIRA

SUE ARAMAKI FERNANDES

SURAMA ABREU MIRANDA

SYLVIA CRISTINA DA ROCHA PIMENTA

TALITA DE SOUSA NASCIMENTO

TERESINHA DRUMMOND R. G. MOREIRA

TERESINHA GOMES DE F. SOARES

TEREZA CRISTINA LEMOS

TEREZA DE JESUS BRAUNA

UILIANE ARAÊJO SANTA ROSA

VALERIA FELIX MENDES CAMPOS

VALMIR MINDA DE OLIVEIRA

VALMIR VASCONCELOS SEGUINS ARAUJO

VICENTE ANCHIETA JUNIOR

VICENTE BARCELOS

VILMAR AGUIAR DE PAULA SEGUNDO

WALTER DA CONCEICAO ANDRADE BRAGA

WALTER GONCALVES DA COSTA

WILSON DE BARROS BELLO FILHO

WILSON FRANÇA RIBEIRO FILHO

WILTON CAMPOS DE ARAUJO

YVELTA MARIA VELOSO

ZENALDO OLIVEIRA

Corecon/MA e BNB abrem inscrições para o Curso “Elaboração de Projetos de Viabilidade Econômico-Financeira”?

Corecon/MA e BNB abrem inscrições para o Curso “Elaboração de Projetos de Viabilidade Econômico-Financeira”?

Já pensou em dar um ”˜upgrade”™ no currículo e se aperfeiçoar na elaboração de projetos? Se você é economista, contador, administrador ou estudante de áreas afins, chegou a hora de adquirir esse tipo de conhecimento com o curso “Elaboração de Projetos de Viabilidade Econômico-Financeira”?, organizado pelo Conselho Regional de Economia da 15ª região (Corecon/MA), em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

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O curso terá duração de 32 horas e será ministrado nos dias 7, 8, 9, 15 e 16 de novembro de 2019, no auditório do Corecon/MA, localizado na Avenida Jerônimo de Albuquerque, S/N, Casa do Trabalhador, salas 102/104, no retorno do Calhau, em São Luís.

O curso contará com aulas teóricas e um módulo prático ministrado por Marcus Aurélio Freire Silva e Márcio Hermens Santos de Oliveira, gerentes executivos de central do BNB.

A etapa teórica será realizada nos dias 7 e 8 de novembro, das 18h às 22h, e no sábado, 9 de novembro, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Já a fase prática será ministrada nos dias 15 e 16 de novembro, de 8h às 12h e das 14h às 18 h nos dois dias.

Durante o curso, os alunos terão a oportunidade de se aprofundar nos seguintes temas:

  • Definição Básica de Projeto;
  • Tipos de Projetos;
  • Etapas e Elementos;
  • Estimativa de Mercado;
  • Estudo de Localização e Transporte;
  • Tamanho do Projeto e Capacidade de Produção;
  • Engenharia do Projeto e Aspectos Técnicos;
  • Inversões;
  • Receitas
  • Custos e Aspectos Financeiros

O valor do investimento é de R$ 280,00 para economistas registrados no Corecon/MA, R$ 230,00 para estudantes e R$ 350,00 para profissionais de outras áreas categorias.

Serão necessários pelo menos 20 inscritos para garantir a viabilidade de execução do curso. O pagamento pode ser efetuado em espécie, transferência bancária, cartão de débito ou de crédito em até 2 X sem juros.

Mais informações pelo telefone (98) 3246-1784 ou pelo email gerencia@corecon-ma.org.br.

“Presidência rebaixada”?, por Lino Moreira

“Presidência rebaixada”?, por Lino Moreira

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Artigo originalmente publicado no jornal O Estado do Maranhão

Bolsonaro encontrou uma desculpa para desistir da indicação do filho Eduardo à embaixada brasileira em Washington, justificada com a suposta amizade entre o rapaz e presidente americano, Trump; e com a justificativa de alegada habilidade de Bolsonaro Júnior no preparo de hambúrgueres, requisito culinário, mas não diplomático, adquirido nos Estados Unidos.

O evento salvador do vexame da indicação foi a tensão entre os dirigentes do PSL, partido atual do presidente, depois de sua passagem por mais de uma dezena de outros, comportamento revelador de seu desapreço pelo sistema partidário e, portanto, pela política como instituição fundamental à solidez da democracia.

Surgida da disputa entre bolsonaristas e não bolsonaristas, pelas verbas do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral, o primeiro fundo equivalente a uma bolada de R$ 114 milhões, a ser recebida ainda este ano, e o segundo a uma de R$ 586 milhões, em 2020, quando haverá eleições municipais, num total de R$ 700 milhões nos dois anos, sendo esses valores os mais elevados de todo o sistema partidário, a disputa, eu dizia, deu a ele a oportunidade da indicação do filho a líder do PSL na Câmara dos Deputados, após conspiração comandada pelo ele mesmo, com o fim de derrubar do cargo o então ocupante da posição, delegado Waldir, como se pode ouvir num áudio gravado por um dito amigo dele, mas ainda mais amigo da onça. Ele poderá dizer que desistiu da embaixada brasileira nos Estados Unidos, apenas porque o filho tinha missão mais importante aqui mesmo, justamente assumir a liderança do partido. Deste, com truculência característica, o novo líder imediatamente destituiu 12 vice-líderes, embora o pai tenha dito que a missão do filho era de paz. Se fosse de guerra, teria passado fogo nos 12, com um reluzente trezoitão, e declarado a paz universal. Entre idas e vindas de listagens de deputados do

PSL, com o fim de escolher o líder, não se tem certeza até hoje, terça-feira, dia 22/10, sobre quem seja o escolhido.

Essa confusão é reveladora da natureza do bolsonarismo, de características tais como descrença nas instituições do Estado de Direito e democrático; tendência ao personalismo e autoritarismo; ausência de uma visão coerente acerca dos rumos da sociedade, consubstanciada em planos de governo; ênfase quase exclusiva em uma cruzada cívico-moralista, caracterizada pela tentativa de imposição de seus próprios valores a toda a sociedade; ignorância dos assuntos da economia, tema ao qual Bolsonaro nunca ou quase nunca fez referência; desconhecimento quase completo dos mecanismos internos de governo e dos de relações internacionais; uso de linguagem chula pelo presidente para se referir a todo e qualquer assunto; ilusões quanto ao real poder de um presidente da República, levando-o ao delírio de pensar no chefe do Executivo como mais poderoso do que realmente é; paranoia insuperável; filhotismo, etc.

Quem acompanha os assuntos políticos brasileiros já notou o gosto de Bolsonaro pela polêmica. Não se passa uma semana sem ele iniciar uma, na maioria as vezes prejudiciais a seu próprio governo. Na visão dele, vê-se agora, é mais importante dedicar-se a lutas de rua do seu partido, do que à discussão da votação da Previdência no Senado. Presidente adepto de entrar nesse tipo de briga, arrisca-se a levar caneladas, como essa de ser chamado de vagabundo pelo delegado Waldir, em claro rebaixamento de seu cargo.

Lino Raposo Moreria é PhD, economista e membro da Academia Maranhense de Letras

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“Pontos de vista”, por Antônio Augusto Ribeiro Brandão

“Pontos de vista”, por Antônio Augusto Ribeiro Brandão

 

A revista Época, edição do dia 7/10/2019, publicou dois textos importantes: o primeiro “Desigualdade e falta de imaginação”?, artigo de Monica de Bolle, e o segundo “Como desatar o nó da desigualdade”?, reportagem assinada por Fernando Eichenberg, de Paris, a propósito da divulgação do novo livro do economista francês Thomas Piketty, “Capital e ideologia”?.

Esses textos vêm reforçar a tese levantada por mim em “Desafios à teoria econômica/Challenges to the economic theory”?: estaríamos necessitando de novas formulações acadêmicas?

O artigo comenta sobre os desafios e perplexidades
enfrentados pelos mercados e seus protagonistas desde
o início da crise da “bolha”?, nos Estados Unidos, ocasião
em que as práticas de política monetária heterodoxas, de
auxílio à liquidez, contrariando a teoria econômica tradicional, evitaram um novo “crash”? e não causaram inflação, apesar dos seus efeitos colaterais.

Depois de fazer referências ao que vem propondo
André Lara Resende, com sua Teoria Monetária Moder-
na, a economista, posicionando-se contra a sugerida “monetização de déficits, revela sua explicação para o fato de que tamanha expansão monetária não tenha causado inflação: segundo ela, como a renda ficou cada vez mais concentrada na mão dos mais ricos, que gastam
menos em consumo, o que sobrou para os mais pobres
e classe média, que gastam mais em consumo, não teve
forças para pressionar o sistema de preços, e por isso não
ouve inflação.

Alega, também, que a política monetária precisaria
ser complementada pela política fiscal, sem o que “os juros baixos não são capazes de produzir grandes estímulos”?.

E conclui: “Portanto, a desigualdade no Brasil está em
franca ascensão, revertendo o processo que havíamos
testemunhado nos últimos 20 anos”?.

Em meu livro “Desafios Challenges”?, há uma expli-
cação do porquê não ter havido inflação face ao afrouxamento da liquidez via “Quantitative easing”?, nos EUA,
em 2008: argumentado com a Teoria quantitativa da moe-
da (MV=PT), teria ocorrido baixa velocidade da circulação da moeda em V, portanto, sem repercussões sobre a
Base monetária e seu multiplicador. Havia prenúncios
de uma recessão e de estar ocorrendo a chamada “armadilha da liquidez”?, conforme definida por John Maynard Keynes.

Já a reportagem é bem extensa sobre as novas concepções do economista francês, que já havia publicado
“O capital do século XXI”?, tratando principalmente da al-
ta desigualdade em diversos países do mundo, desta vez incluindo Brasil, China e Índia. No seu novo livro, ele sugere a taxação das grandes fortunas, como forma de redistribuir a renda. E diz: “Quem está no topo da pirâmide social, o 1% mais rico do mundo, captou a maior parte do aumento da riqueza nas últimas décadas”?.

Critica os impostos que incidem mais sobre o consumo do que a renda e o patrimônio, prejudicando os
mais pobres, de forma regressiva. E resume: “Há mais de
um século, o capitalismo tem mostrado poder de tirar
um grande número de pessoas da pobreza, mas o problema da desigualdade persiste”?.

E conclui a reportagem: “A principal proposta do novo livro de Piketty, Capital e ideologia, é a criação de um
”˜socialismo participativo”™, com a adoção de medidas que
já são comuns na Alemanha”?.

ANTÔNIO AUGUSTO RIBEIRO BRANDÃO

“Uber tudo”, por Lino Raposo Moreira

“Uber tudo”, por Lino Raposo Moreira

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Artigo originalmente publicado no jornal O Estado do Maranhão

Acabo de ter notícia de novo serviço do Uber. Ele oferecerá aos clientes, no menu de preferências de viagem, o modo silencioso, significando tal escolha que o condutor ficará em completo silêncio durante o trajeto até o destino, sem trocar uma palavra sequer com as pessoas ali pertinho dele, a menos de um metro. O silêncio exigirá motoristas sem pontos nas carteiras de motorista, com bastante experiência e notas altas na sua avaliação pelos clientes. Como contrapartida, a tarifa a ser cobrada será mais elevada.

Em recente viagem aos Estados Unidos, em Chicago, um desses profissionais do Uber, um rapaz negro, alto e muito simpático, me disse gostar bastante de seu trabalho, exceto por um aspecto, o da mudez de alguns passageiros. Não de todos, muito menos da maioria, mas, mesmo assim, ele gostaria de conversar mais, em contraste com a situação que surge no modo silencioso.

Antes de prosseguir, quero pedir mil desculpas aos entusiastas da escrita de textos com três palavras, em lugar de apenas uma que diz a mesma coisa, como, por exemplo, “vai estar oferecendo”?, como comumente se ouve, em vez de “oferecerá”?, como usei acima. Gosto da forma concisa, enxuta, sem firulas e torneios verbais de redigir, talvez por influência das frequentes e repetitivas leituras de Machado de Assis; ou isso é algo inato em mim. É de minha natureza, penso, tentar dizer o máximo com o mínimo, em lugar do mínimo com o máximo, sendo, como é esta última, expressão não raramente tendente à obscuridade.

Agora, não fique surpreso, caro leitor. Assim como de repente irromperam dezenas de classificações de gênero das pessoas, rapidamente difundidos por muitos países, como fogo em mato seco ou na Amazônia, a partir de um início modesto, quando os seres humanos eram classificados tão só como homem e mulher, da mesma forma se multiplicarão os estilos de viajar com o uso de aplicativos e seus menus. Estamos presenciando agora o acréscimo do modo silencioso.

Quem poderá garantir que em poucos meses outros, dos mais simples aos mais bizarros, não estarão disponíveis? Imagino alguns, nos quais quem dirige é obrigado a não dizer coisa alguma, mas com direito a remuneração mais alta.

O modo pornô. O usuário já entra na condução falando em voz alta, com um palavreado de cunho exclusivamente sexual, com um smartphone de última geração, com o qual assistirá vídeos pornô a todo volume durante o trajeto até seu destino. Se for um casal, tentam logo praticar aquilo que a imprensa chamou, durante longo tempo, de atos libidinosos. Tem de aguentar em nome da tarifa compensadora.

O modo praia. Aqui a paciência do condutor terá de passar por um teste difícil de suportar, como aqueles de superar o muro de Trump. Mulheres de fio dental, homens de shorts idem, crianças bagunceiras, todos com as roupas ensopadas de água salgada e fungando o tempo todo, mas felizes e famintos, apesar do almoço de apenas uma hora atrás.

É pegar ou largar (a tarifa é mais alta, lembrem-se). O modo churrasco. Antes dos três amigos entrarem no veículo, já o homem ao volante sentiu o bafo de cerveja e cachaça, misturado com o de tira-gosto feito com óleo barato.

Dá náuseas de vômito, mas ele se contém, pois o pensamento na tarifa o ajuda a suportar a situação.

Agora falam no Uber Motel, que iria impor a participação dos motorista nas visitas dos casais aos motéis. Tudo bem na primeira. Mas ele aguentaria 5 a 6 vezes por dia, todo dia?

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*Lino Raposo é economista e membro da Academia Maranhense de Letras