No século XVIII, a Ciência Econômica consolidava-se como um novo ramo de
conhecimento da humanidade, iniciando-se com seus precursores um amplo processo de
investigações sobre as “causas da riqueza das nações “e as leis de sua distribuição, sobre o modo
de contribuição e retribuição do/ao trabalho na produção. Também se examinavam as vantagens
advindas para as sociedades do comércio entre as nações, os princípios de emprego dos fatores
de produção na atividade produtiva e suas contribuições para a geração do fluxo de produtos. E
tantas outras questões de importância para a compreensão do mundo em que se vivia, dando
significativa contribuição ao próprio avanço civilizatório da humanidade.
Nascida sob a liderança intelectual de filósofos daquele período, a chamada Economia
Política manteve-se, assim, como uma “disciplina unitária”, até́ o início do século XX, quando
cresceu bastante a sua amplitude temática e se aperfeiçoaram as técnicas, métodos e tecnologias
de pesquisas em economia.
A partir de tal momento, há o importante estabelecimento da sua divisão acadêmica em
Macroeconomia e Microeconomia, delimitando -se sob essas denominações vários objetos de
estudos, o que conferiu maior efetividade a ciência econômica no seu propósito de explicar a vida
humana sob o ponto de vista econômico. Muito importante em tal trajetória é o aparecimento da
chamada POLÍTICA ECONÔMICA, fundamentalmente, a partir da “revolução” que Keynes
promoveu no pensamento e na ação da ciência econômica, conferindo ao Estado protagonismo
que até hoje mobiliza legiões de debatedores contra ou a favor essa recomendação.
Fiel a uma de suas características “congênitas”, o PROGRESSO, a Ciência da Economia foi
e é uma ferramenta para a concretização, por parte das nações, de suas aspirações pelos mais
elevados padrões de vida possíveis mediante a disponibilidade e qualidades dos seus recursos
naturais e humanos, utilizados sob o estado da arte tecnológico.
No caso do Brasil, com base no trabalho de várias gerações de seus profissionais, o país, num
tempo histórico exíguo, saiu da condição de modesto monocultor de produtos alimentares e de
matérias-primas industriais para a posição de uma das 10 maiores economias mundiais
contemporâneas. A partir da capacidade e da potência teórica e aplicada dos conhecimentos da
Ciência Econômica, realizaram-se no Brasil muitas ações transformadoras da sua realidade nesse
lapso temporal.
Nos últimos 70 anos, nenhuma categoria profissional exerceu maiores “ações portadoras de
futuro” no Brasil que a dos economistas. Eles estiveram e estão em todos os campos de gestão
pública e privada, atuando como gestores, líderes, professores, assessores, fazendo a interpretação
da realidade e prospectando “o que fazer para acontecer’. Como mais recente contribuição aos
brasileiros, sobretudo os das faixas inferiores de renda, os economistas “brazucas” extirparam da
vida nacional insidioso processo hiperinflacionário que vigorou por 20 anos, destruindo o tecido
econômico e social do Brasil.
Completam-se em 13 de agosto 70 anos da regulamentação da profissão do economista
brasileiro. A ele a manifestação do orgulho, do agradecimento e do reconhecimento pela sua
atuação formadora da Nação .

Por: José Cursino Raposo Moreira
Economista